segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sousândrade


      Joaquim de Sousa Andrade, mais conhecido por Sousândrade (Guimarães, 9 de julho de 1833 — São Luís, 21 de abril de 1902) foi um escritor e poeta brasileiro.
      Formou-se em Letras pela Sorbonne, em Paris, onde fez também o curso de engenharia de minas.
      Republicano convicto e militante, transfere-se, em 1870, para os Estados Unidos.
      Publicou seu primeiro livro de poesia, Harpas Selvagens, em 1857. Viajou por vários países até fixar-se nos Estados Unidos em 1871, onde publicou a obra poética O Guesa, em que utiliza recursos expressivos, como a criação de neologismos e de metáforas vertiginosas, que só foram valorizados muito depois de sua morte, sucessivamente ampliada e corrigida nos anos seguintes. No período de 1871 a 1879 foi secretário e colaborador do periódico O Novo Mundo, dirigido por José Carlos Rodrigues em Nova York (EUA).
      Retornando ao Maranhão, comemora com entusiasmo a Proclamação da República. Em 1890 foi presidente da Intendência Municipal de São Luís. Realizou a reforma do ensino, fundou escolas mistas e idealizou a bandeira do Estado, garantindo que suas cores representassem todas as raças ou etnias que construíram sua história. Foi candidato a senador, em 1890, mas desistiu antes da eleição. No mesmo ano foi presidente da Comissão de preparação do projeto da Constituição Maranhense.
      Morreu em São Luís, abandonado, na miséria e considerado louco. Sua obra foi esquecida durante décadas.
      Resgatada no início da década de 1960, pelos poetas Augusto e Haroldo de Campos, revelou-se uma das mais originais e instigantes de todo o nosso Romantismo, precursora das vanguardas históricas[1].
      Em 1877, escreveu:
      "Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante será lido 50 anos depois; entristeci - decepção de quem escreve 50 anos antes".

Poema de Sousândrade:
OUVINDO

Ouvindo a voz bela,
Da estrela, os fulgores
Diriam, tremiam
Nos seios do céu:
Seduzem aos sábios
Os lábios que as flores
De um canto d'encanto
Lhes dão, qual o teu.

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