África Brasil(Zumbi)
Jorge Ben Jor
Angola, Congo, Benguela
Monjolo, Capinda, Nina
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados em carros de boi
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
Zumbi é senhor das demandas
Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda
Pois aqui onde estão os homens
Dum lado, cana-de-açúcar
Do outro lado, um imenso cafezal
Ao centro, senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
Triste Bahia
Caetano Veloso
Triste Bahia, oh, quão dessemelhante…
Estás e estou do nosso antigo estado
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado
Rico te vejo eu, já tu a mim abundante
Triste Bahia, oh, quão dessemelhante
A ti tocou-te a máquina mercante
Quem tua larga barra tem entrado
A mim vem me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante
Triste, oh, quão dessemelhante, triste
Pastinha já foi à África
Pastinha já foi à África
Pra mostrar capoeira do Brasil
Eu já vivo tão cansado
De viver aqui na Terra
Minha mãe, eu vou pra lua
Eu mais a minha mulher
Vamos fazer um ranchinho
Tudo feito de sapê, minha mãe eu vou pra lua
E seja o que Deus quiser
Triste, oh, quão dessemelhante
ê, ô, galo canta
O galo cantou, camará
ê, cocorocô, ê cocorocô, camará
ê, vamo-nos embora, ê vamo-nos embora camará
ê, pelo mundo afora, ê pelo mundo afora camará
ê, triste Bahia, ê, triste Bahia, camará
Bandeira branca enfiada em pau forte…
Afoxé leî, leî, leô…
Bandeira branca, bandeira branca enfiada em pau forte…
O vapor da cachoeira não navega mais no mar…
Triste Recôncavo, oh, quão dessemelhante
Maria pegue o mato é hora…
Arriba a saia e vamo-nos embora…
Pé dentro, pé fora, quem tiver pé pequeno vai embora…
Oh, virgem mãe puríssima…
Bandeira branca enfiada em pau forte…
Trago no peito a estrela do norte
Bandeira branca enfiada em pau forte…
Bandeira…
Muzenza
Margareth Menezes
Eu, eu peço a Deus que lê benza,
Muzenza...
Que toda luz lê ascenda,
Muzenza...
Que ascenda o chão do terreiro,
Reduto de guerrilheiros onde Ahôn vem dançar,
Muzenza...
Eeeeeee...
Eu, eu peço a Deus que lê benza,
Muzenza...
Que toda luz lê ascenda,
Muzenza...
Que ascenda o chão do terreiro,
Reduto de guerrilheiros onde Ahôn vem dançar.
O negro no cativeiro,
Da terra mãe foi embora
Andou por aí sem paradeiro,
Lutou como luta até agora
Para ver se ainda encontra seu lugar
Foi deixado pelo mundo a fora
De fora, de fora...
É por isso que o negro chora
E chora...
É...
Mas o Muzenza não vai mais chora...
Muzenza...
Eu, eu peço a Deus que lê benza,
Muzenza...
Que toda luz lê ascenda,
Muzenza...
Que ascenda o chão do terreiro,
Reduto de guerrilheiros onde Ahôn vem dançar
O negro no cativeiro,
Da terra mãe foi embora
Andou por aí sem paradeiro,
Lutou como luta até agora
Para ver se ainda encontra seu lugar
Foi deixado pelo mundo a fora
De fora, de fora...
É por isso que o negro chora
E chora...
Mas o Muzenza não vai mais chora...
Muzenza...
Mas o Muzenza não vai mais chora...
Muzenza...
Mas o Muzenza não vai mais chora...
Eu, eu peço a Deus que lê benza,
Muzenza...
Que toda luz lê ascenda,
Muzenza...
Que ascenda o chão do terreiro,
Reduto de guerrilheiros onde Ahôn vem dançar
Muzenza...
Eu, eu peço a Deus que lê benza,
Muzenza...
Que toda luz lê ascenda,
Muzenza...
Que ascenda o chão do terreiro,
Reduto de guerrilheiros onde Ahôn vem dançar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário