segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Castro Alves

      Antônio Frederico de Castro Alves(1847-1871) sensibilizou-se desde cedo com a questão da escravidão. Aos 18 anos, ingressou na Faculdade de Direito de Recife, onde suas idéias liberais se consolidaram.

      Transferiu-se posteriormente para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, cidade onde foi residir com sua amada a atriz Eugênia Câmara.
      Teve o talento reconhecido desde os primeiros poemas. De passagem pelo Rio de Janeiro, Castro Alves foi prestigiado pelos maiores nomes da literatura da época: Machado de Assis e José Alencar. Sua morte precoce foi conseqüência da tuberculose, contraída quando convalescia de um ferimento que o levara a amputar o pé.
      A obra poética de Castro Alves tem como tema central as questões sócias e a escravidão. São versos cheios de indignação, que têm o objetivo de levar os ouvintes (na época os poemas costumavam ser declamados) a compartilhar esse sentimento e a lutar por uma sociedade mas justa. Alguns de seus poemas destacam-se, constituindo verdadeiras obras autônomas, como “Vozes d’África” e “o Navio Negreiro”.
      Castro Alves também escreveu poemas líricos, inspirados na figura feminina, de uma maneira diferente daquela dos poetas da segunda geração. A mulher deixa de ser uma donzela inacessível. Torna-se sensual, concreta, colocando-se eventualmente, ao alcance do eu-lírico, como nestes versos do poema “Durante um temporal”:

“A terra treme... As folhas descaídas
Rangem ao choque rijo do granízo
Como acalenta um coração aflito,
Como é bom teu sorriso!...
Que importa o vendaval, a noite, os euros,
Os trovões predizendo o cataclismo...
Se em ti pensando some-se o universo,
E em ti somente eu cismo...
Tu és minha vida... o ar que aspiro...
Não há tormentas quando estás em calma,
Para mim só há raios em teus olhos,
Procelas em tua alma!”

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